quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Luca "Chico Bento"

Muitas pessoas me perguntam qual sotaque o Luca irá possuir. Eu sempre respondo que ele será o próprio "Chico Bento" e vou explicar aqui o porquê eu digo isso. Primeiramente eu tenho o sotaque "porrrrrta-porrrrrteira" de São José do Rio Preto, minha terra natal. Apesar de ter saído de lá em 1996 para ir estudar e trabalhar fora, jamais deixei minhas raízes para trás. Sou caipira com orrrrrrgulho!!!! E olha que eu trabalhei uns 3 anos no Rio de Janeiro com os cariocas que são super "relax" com essa questão de sotaque e aceitam os sotaques de todas as regiões :-)

Já a Marcela é de Belo Horizonte e, apesar de não puxar o R (o pessoal de BH fala o R igual aos cariocas - ou os cariocas falam igual ao pessoal de BH para eu não apanhar depois), ela também tem um sotaque "diferente", que fica evidenciado em algumas expressões como "badapia" (embaixo da pia), "tidiguerra" (tiro de guerra), "sésetembro" (sete de setembro), "dodileiti" (doce de leite) e "pásavassi" (Pátio Savassi, que é um shopping de BH).

Adicione à esses dois sotaques o fato de que o Luca irá crescer em Piracicaba!!! Para quem não conhece Piracicaba, o sotaque daqui é muuuuuito forte, deixando Rio Preto no chinelo nesse quesito. Um exemplo disso é o "parrrr-preparrrr-disparrr". Não sei se é sacanagem ou não, mas essa é uma expressão utilizada para descrever aqui em Piracicaba as 3 fases de um semáforo/sinal: "parrr" significa "pare" ou sinal vermelho; "preparrr" significa "prepare" ou sinal amarelo; e, finalmente, "disparrrr" significa "dispare" ou sinal verde. Brincadeiras à parte, o sotaque de Piracicaba é bastante forte, apesar de ter uma coisa que me intriga bastante: algumas pessoas daqui tem bastante sotaque enquanto outras, que também moraram aqui a vida toda, não tem sotaque nenhum!!! Por exemplo, o Pira (vulgo Marcelo) da minha turma de São Carlos não tinha/tem sotaque nenhum, enquanto o Garganta (vulgo Thiago) e o Locão (vulgo André) tinham/têm aquele sotaque carregado todo característico. O Locão é um caso à parte porque ele arranjava gírias com R para aquelas palavras sem R para destacar o sotaque. Por exemplo, óculos escuros viravam "brrrrrisa"; cigarro virava "carrrreta" e assim por diante.

A primeira vez que vim para Piracicaba fazer exame médico para trabalhar, a Marcela veio comigo. Paramos em um posto para pedir indicação e o frentista começou a explicar para onde deveríamos ir com um sotaque bem forte. Me lembro bem da palavra "Santa Terrrrezinha" que é um bairro que fica no caminho para a antiga sede administrativa da empresa que trabalho. No meio da explicação do frentista a Marcela começou a rir na cara do mesmo e eu acabei tendo que dar uma disfarçada para não ficar chato. Outro fato curioso que aconteceu foi no final do ano de 2010, logo depois que me mudei para Piracicaba. Eu e a Marcela viajamos para a Europa e nas duas primeiras cidades que fomos visitar (Milão e Veneza) encontramos pessoas de Piracicaba!!! O curioso foi como eu identifiquei em Veneza que as pessoas eram de Piracicaba. Estávamos jantando em um restaurante que estava quase vazio e eu conseguia ouvir um pouco da conversa em uma mesa próxima. Uma hora falei para a Marcela que achava que o pessoal daquela mesa estava conversando em português. Um tempo depois eu ouvi a palavra "verrrrrrão" e, na hora de ir embora, não me contive e fui perguntar de onde o pessoal era e BINGO!!! Pirrrrracicaba!!!!

O sotaque daqui é tão forte que chegam a dizer que é um dialeto (http://www.livrevista.com/article.php?id=739).

Aproveitando que falei de Piracicaba, outro fato curioso é a cidade ser conhecida como a "Terra da Pamonha". Curioso porque é muito difícil achar pamonha aqui em Piracicaba!!! Um dos primeiros finais de semana que fiquei aqui fui tentar achar pamonha para comprar e acabei me frustrando porque não achei em lugar nenhum.

Bom, acho que deu para entender o porquê do título "Luca Chico Bento"....

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